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AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS PACIENTES PORTADORES DE DPOC CONFORME A GLOBAL INITIATIVE FOR OBSTRUCTIVE LUNG DISEASE (GOLD) 2018
Bruna Alencar da Silva, Luana Aparecida Vieira Gonzaga, Mauricio Jamami

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) representa atualmente a 4ª principal causa de morte no mundo e as principais manifestações sintomáticas incluem tosse, dispneia, sibilância e expectoração crônicas. A Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) foi lançada no final da década de 90, e é um documento que é atualizado ao longo dos anos. A GOLD desenvolveu alguns métodos que auxiliam o profissional da saúde a se comunicar com o paciente em relação aos sintomas da doença e sua gravidade. Um deles é o CAT (COPD Assessment Test), que avalia 8 itens: tosse, catarro, aperto no peito, falta de ar, limitações nas atividades domiciliares, confiança em sair de casa, sono e energia. Outra ferramenta é o mMRC (Modified Medical Research Council), responsável por mensurar a dispneia. A combinação das duas classificações, permite ao profissional propor um tratamento mais adequado dependendo da gravidade da doença. Objetivo: Avaliar os pacientes com DPOC frequentadores da Unidade Saúde Escola (USE) e do Laboratório de Espirometria e Fisioterapia Respiratória (LEFiR) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) com base na avaliação proposta pela GOLD (2018). Com base nesse modelo de avaliação, pretende-se classificar os pacientes para que seja possível estabelecer a melhor forma de tratamento e também apontar as classificações mais frequentes da DPOC. Metodologia: Participaram do estudo 70 pacientes portadores de DPOC, 43 homens e 27 mulheres, com idade média de 68,3 e 63,7 anos, respectivamente. Foram coletados alguns dados básicos dos pacientes, e em seguida eles responderam aos questionários CAT (escala de zero a cinco) e mMRC. A classificação da mMRC ocorre em graus de 0 a 4, conforme a gravidade e manifestação da falta de ar. Na GOLD 2018, a combinação entre a pontuação dos questionários CAT e mMRC, e o histórico de exacerbação, classifica os pacientes em grupos A, B, C e D, e o valor em porcentagem do volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1) classifica em GOLD 1, 2, 3 ou 4, do menos para o mais grave. Resultados: No geral, os pacientes do grupo B (baixo risco e mais sintomas) são os mais prevalentes, contando com 69,9% dos pacientes. Foi verificado também que a maioria dos pacientes (60%), se enquadra na classificação 2 da GOLD, um grau moderado da doença. A prevalência de pacientes no grupo 2 pode ser justificada devido a falha no diagnóstico precoce. Portanto, quando a DPOC é diagnosticada, o paciente já apresenta um grau mais avançado da doença. Foi observado também que 22,8% dos pacientes apresentaram um quadro grave de exacerbação, e dentre esses pacientes, mais da metade eram mulheres, totalizando 62,5% desses casos. Conclusões: Cumpriu-se o objetivo de avaliar os pacientes do LEFiR e da USE, com base na nova classificação da GOLD, os quais apresentam prevalência do grupo B, com dominância da GOLD 2. O mais recomendado aos pacientes deste estudo é a reabilitação pulmonar, uma vez que essa intervenção apresenta efeitos benéficos sobre a qualidade de vida e sintomas relacionados a DPOC.

Palavras-chave


DPOC, Avaliação, Reabilitação Pulmonar

Referências


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