Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, XXVII CIC e XII CIDTI

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Estudo dos Doryctinae (Hymenoptera, Braconidae) do Parque Nacional da Serra da Canastra (PNSC) (São Roque de Minas - MG), em períodos seco e chuvoso.
Janaina Andréia Miranda, Francielle Dias de Oliveira, Angélica Penteado Dias

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Estudos sobre a diversidade dos Doryctinae (Hymenoptera, Braconidae) são importantes para entender a manutenção do equilíbrio de todo um ecossistema, já que os mesmos têm um papel importante para o controle das populações de outros insetos herbívoros. Durante a execução do projeto, buscou-se identificar quais gêneros de Doryctinae foram coletados na região do Parque Nacional da Serra da Canastra (PNSC), realizando um comparativo entre o número de indivíduos encontrados nos períodos seco e chuvoso. O material de estudo foi coletado nos meses de Novembro/2018 e Janeiro/2019, período chuvoso e Junho e Julho /2019, período seco, por meio de 17 armadilhas Moericke (MOERICKE, 1951), postas em regiões de mata de galeria caracterizada por uma formação florestal que acompanha um curso d’água e campo rupestre, com vegetação predominantemente herbácea. O material foi identificado sob lupa , utilizando-se chave dicotômica de identificação de MARSH (2002) e posteriormente fotografado e preparado para ser depositado na Coleção Taxonômica dos Hymenoptera Parasitóides (DCBU) do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade Federal de São Carlos. Foram estudados 782 indivíduos: 563 em amostras de período chuvoso (Novembro e Janeiro) e 186, período seco (Junho e Julho). Destaca-se um maior número encontrado do gênero Heterospilus (593 indivíduos). Também foram encontrados espécimes dos gêneros Masonius (1), Notiospathius (2), Hecabolus (1), Heredius (6), Semirhytus (2) e Johnsonius (10), todos em número reduzido. Um número maior de indivíduos (562) foi encontrado em amostras do período chuvoso (Novembro e Janeiro) e outro ponto a ser destacado é que os espécimes coletados em mata de galeria somam 549 indivíduos, enquanto os coletados em campo rupestre, apenas 233. Essa relação poderia ser explicada pelo fato que durante a estação chuvosa, haveria um aumento do número das plantas da região que funcionam como recursos tróficos aos hospedeiros dos Doryctinae encontrados. Apesar disso, muitos grupos também são encontrados em vegetação aberta do Cerrado dos campos rupestres em período seco que poderia ocorrer pela maior adaptação de hospedeiros e parasitóides a viver em condições mais extremas. Para resultados mais precisos sobre uma relação mais aprofundada entre a distribuição, riqueza, abundância e diversidade relacionadas com diversos fatores ambientais, faz-se necessário a continuidade dos estudos com base em maior número de espécimes identificados.



Palavras-chave


Hymenoptera, parasitoides, Serra da Canastra, Doryctinae

Referências


Marsh P.M., 2002. The Doryctinae of Costa Rica (excluding the genus Heterospilus). Memoirs of the American Entomological Institute, vol. 70, 166 pp.

 

 

Moericke, V. 1951  Eine Farbafalle zur Kontrolle des Fluges von Blattlausen, insbesondere der Pfirsichblattlaus, Myzodes persicae (Sulz.).  Nachrichtenblatt des Deutschen Pflanzenschutzdiensten, 3, 23-24.