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ÍNDICES MÍNIMOS DE PRODUTIVIDADE E FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL: UM ESTUDO DA ATUALIDADE DE APLICAÇÃO DO GRAU DE UTILIZAÇÃO DA TERRA (GUT) E GRAU DE EFICIÊNCIA DA EXPLORAÇÃO (GEE) NA MICRORREGIÃO DE ITAPETININGA
Jade Freitas da Silva, Leandro de Lima Santos, Iuri Emmanuel de Paula Ferreira.

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


A pesquisa teve como escopo avaliar a atualidade dos índices mínimos de produtividade de propriedades agrícolas fixados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Os índices em questão são os Graus de Utilização da Terra (GUT) e Graus de Eficiência da Exploração (GEE), com eles é possível averiguar os níveis de produtividade de uma propriedade e, se satisfazem a norma pré-estabelecida para o cumprimento da função social da terra. Contudo, estes índices que mensuram os níveis de produtividade foram estabelecidos anteriormente à revolução agrícola da década de 60, em que tal revolução permitiu a otimização de todo o manejo produtivo do meio agrícola, e desde então nunca foram alterados, embora a lei visasse a obrigatoriedade de revisões periódicas. Cada cultura possui um determinado índice de rendimento e este pode variar de acordo com o seu agrupamento regional, assim como consta na Instrução Normativa nº11 de 2003 do INCRA, a qual traz orientações quanto a regularização de módulos fiscais para cada município e determina como realizar a quantificação do GUT e do GEE. Desta forma, para compreender o atual cenário em que se encontram estes índices, foi realizado um mapeamento de dados reais de fazendas produtivas, em todo território brasileiro, quanto às seguintes culturas: café, cana-de-açúcar, milho e soja. Estes dados foram disponibilizados pela Produção Agrícola Municipal (PAM) do IBGE, e, a partir deles, realizou-se uma comparação estatística com os índices mínimos de produtividade utilizando como base o programa estatístico R. Os resultados dessa análise trouxeram duas situações, primeiramente constou como positiva a ausência de atualização dos dados, estando eles defasados e sem representar a atual dinâmica produtiva. Assim, faz-se presente nesta pesquisa a manifestação pela revisão urgente dos índices de rendimento agrícola, para que possam competir com o acelerado desenvolvimento da agricultura. Como segundo resultado observou-se que o agrupamento regional, proposto pelo INCRA para fins de análise dos rendimentos agrícolas, não refletia e, tampouco, permitia uma análise verdadeira acerca da produtividade das regiões. Isto pois, em casos como do Milho no agrupamento Norte/Nordeste, os dados das regiões em questão encontravam-se tão contrastantes que não possuíam produtividade similar para serem analisados conjuntamente. Portanto, além da revisão dos índices, é de extrema importância reexaminar os agrupamentos propostos pelo INCRA, a fim de gerar uma nova forma de compreender a produtividade de propriedades, garantindo o cumprimento da função social.


Palavras-chave


Função Social da Propriedade; Índices Mínimos de Produtividades; GEE.

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