Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, XXVII CIC e XII CIDTI

Tamanho da fonte: 
INFLUÊNCIA DA PROPORÇÃO DE BULKING AGENT NA BIOSSECAGEM DE LODO GERADO EM ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO
Cali Laguna Achon, Juliana da Silva Oliveira

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


O lodo gerado nas estações de tratamento de esgoto (ETE) é um resíduo sólido que deve passar por todas as possibilidades de tratamento e recuperação antes de ser encaminhado para destinação ou disposição final ambientalmente adequada. Uma das alternativas de tratamento para o lodo de esgoto é a biossecagem, que reduz o volume e a umidade do lodo através do aquecimento produzido pela atividade microbiana, preservando o poder calorífico e favorecendo seu aproveitamento energético. Dentre os fatores que influenciam a biossecagem do lodo de ETE, destaca- se: o tratamento adotado na ETE, a proporção de materiais estruturantes e componentes biológicos auxiliares da matriz inicial, o revolvimento da massa, o teor de umidade inicial e a taxa de aeração. A adição de componentes biológicos auxiliares, ou bulking agents, têm como função regular a umidade inicial, e aumentar a matéria orgânica biodegradável e a porosidade da matriz inicial, impulsionando o aumento de temperatura dentro do reator e, por consequência, o processo de biossecagem. São exemplos de bulking agents: lodo biosseco, palha, pó de café, serragem, lascas de madeira, cavaco de madeira, ração, resíduo orgânico municipal, entre outros. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a influência da proporção de bulking agents no processo de biossecagem de lodo gerado em ETE, através de uma análise de ensaios realizados em escala laboratorial. Para tanto, foi feita uma revisão bibliográfica acerca do tema, e analisados quatro periódicos nacionais, que utilizaram diferentes tipos e proporções de bulking agents, e comparou-se os resultados obtidos por estes com trinta publicações internacionais, tomando-se como referência os seguintes parâmetros: sólidos totais, umidade e temperatura máxima. Os resultados demostraram que, para o lodo de esgoto anaeróbio, utilizado em 16 dos 20 ensaios analisados, os melhores resultados foram obtidos para ensaios que utilizaram como bulking agents serragem peneirada (>2 mm) e ração de coelho, na proporção 6:1:5 (lodo:serragem:ração), isto é, uma proporção de 50% lodo e 50% de bulking agents na matriz inicial. Considerando o potencial da biossecagem como alternativa de tratamento para o lodo de ETE, recomenda-se a realização de trabalhos futuros variando-se os o tipo e a proporção de bulking agents, assim como outros parâmetros, visando compreender melhor o comportamento destes no processo de biossecagem.


Palavras-chave


Lodo; Lodo de ETE; Biossecagem

Referências


ACHON, C. L. KELLNER, E. AKUTSU, J. Subsídios para a gestão de esgotamento sanitário: abordagem da fase sólida. In: AMÉRICO-PINHEIRO, J. H. P. et. al. (Org.). Recursos Hídricos: gestão e sustentabilidade. 2. ed. Tupã: ANAP, 2017. 224p.

ALMEIDA, M. C. R. Efeito da Taxa de Aeração, da Proporção Mássica e da Umidade da Matriz Inicial no Processo de Biossecagem de Lodo de ETE. São Carlos, SP, 2020. 150p. Tese de mestrado – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana – Universidade Federal de São Carlos, 2020.

ALMEIDA, M. C. R.; LUCATTI, T. B. M.; ACHON, C. L.; REIS, R. F.; AKUTSU, J. Influência da taxa de aeração no processo de biossecagem de lodo gerado em Estação de Tratamento de Esgoto. In: 30 Congresso da ABES 2019, 2019, Natal/RN. 30º CBESA da ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. 2019.

BRASIL (2010). Lei Nº 12.305 de 02 de agosto de 2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Congresso Nacional, Brasília, DF, 2010.

LUCATTI, T. B. M. Análise do processo de biossecagem de lodo de esgoto em sistema com controle de temperatura e vazão de entrada de ar. São Carlos, SP, 2018. 44p. Relatório Científico – Coordenadoria dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica – Universidade Federal de São Carlos, 2018.

LUCATTI, T. B. M.; ACHON, C. L.; REIS, R. F.; CORDEIRO, J. S.; AKUTSU, J. Estudo do processo de biossecagem de lodo de ETE. In: Congresso ABES/FENASAN, 2017, São Paulo. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 2017.

OLIVEIRA, J. S.; ACHON, C. L.; REIS, R. F. Biossecagem de lodo de esgoto usando reatores em escala laboratorial: Comparação de ensaios realizados e literatura. Engenharia Urbana em Debate: Cidades + Resilientes, São Carlos, v. 1, ed. 2, p. 258-273, 1 dez. 2020. Disponível em: https://www.engurbdebate.ufscar.br/index.php/%20/issue/view/3/5. Acesso em: 6 fev. 2021.

REIS, R. F. Sistema de Remoção de Água de Lodo Gerado em Estação de Tratamento de Esgoto com Duas Fases: Desaguamento Inicial em Leito de Drenagem Seguido de Biossecagem. São Carlos, SP, 2017. 256p. Tese de doutorado – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana - Universidade Federal de São Carlos, 2017.

REIS, R. F.; CORDEIRO, J. S.; FONT, X.; ACHON, C. L. The biodrying process of sewage sludge - a review. Drying Technology, v. 37, p. 1-14, 2019.