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CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA DOS TETOS DE VACAS LEITEIRAS MANTIDAS EM SISTEMA DE CONFINAMENTO COMPOST BARN E RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS DE ISOLADOS DE Streptococcus spp.
Naaman Francisco Nogueira Silva, Carolina dos Santos Sousa Fogaça, Natan de Jesus Pimentel Filho

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


A saúde do úbere das vacas está estritamente correlacionada à ausência de processos inflamatórios que podem acometer a glândula mamária, como a mastite, que é considerada a enfermidade de maior impacto sob os aspectos econômicos, produtivos e sociais na pecuária leiteira a nível mundial. Face às incidências desta doença em gados leiteiros, foi desenvolvido um sistema alternativo ao modelo Free-Stall, chamado de Compost Barn. Portanto, esse projeto buscou estabelecer a relação entre as características do processo de compostagem em sistema de confinamento do tipo Compost Barn com a microbiota causadora de mastite bovina. O estudo foi realizado em uma propriedade rural no município de Angatuba – SP, que possui um rebanho de 120 vacas holandesas em lactação. As análises microbiológicas foram realizadas mensalmente em 10 % do rebanho e em pontos específicos da cama de compostagem utilizada no celeiro de confinamento. Para as vacas, foram coletadas amostras com auxílio de swabs na parte externa do esfíncter de cada teto, umedecidos em água peptonada tamponada a fim de promover a remoção dos microrganismos. Alíquotas das diluições seriadas foram plaqueadas em meios de cultivo seletivos para o desenvolvimento dos grupos analisados: coliformes, Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. Para a cama de compostagem, foram utilizados sacos plásticos para coleta e mistura das amostras, e posterior diluições decimais para transferência de alíquotas em placas de Petri com meio de cultivo para análise de coliformes totais. A contagem média por lote da contaminação do úbere por coliformes foi de 3,5.103 UFC/úbere para o Lote 1, 2,2.104 UFC/úbere para o Lote 2, e 2,6.103 UFC/úbere para o Lote 3. Para Staphylococcus spp., a contagem média do Lote 1 foi de 5,4.105 UFC/úbere, do Lote 2 foi de 8,9.105 UFC/úbere UFC/úbere e, do Lote 3 foi de 5,2.105 UFC/úbere. Por outro lado, houveram impasses durante a contagem de Streptococcus spp., uma vez que as mesmas não foram obtidas devido ao meio de cultura utilizado que acabou proporcionando o crescimento de diversas colônias com características distintas, interferindo diretamente na observação das colônias de Streptococcus. Embora o gênero microbiano não tenha sido contado em função da grande quantidade de bactérias contaminantes, colônias típicas para Streptococcus foram observadas para todos os animais em todos os meses avaliados. Porém, essa dificuldade na contagem impossibilitou obter isolados de Streptococcus spp. que seriam avaliados quanto ao perfil de resistência a compostos antimicrobianos. Conforme a metodologia, a cama de compostagem do sistema de confinamento também foi analisada quanto ao crescimento de coliformes totais, sendo que a média das contagens por lote foi de 3,6.106 UFC/g de amostra do Lote 1, 2,1.106 UFC/g de amostra do Lote 2, e 2,4.106 UFC/g de amostra do Lote 3. Através de todos os resultados obtidos das análises realizadas, constata-se que o sistema de confinamento Compost Barn tem se mostrado eficaz com relação à baixa contagem dos grupos microbianos contidos nos úberes das vacas e de coliformes totais da cama de compostagem do seleiro.

 


Palavras-chave


mastite; mamite; qualidade do leite

Referências


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