Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, XXVII CIC e XII CIDTI

Tamanho da fonte: 
Quantificação de ATP pelo método de bioluminescência usando a luciferase do vagalume Amydetes vivianii
Gabrielle R. Benites, Vadim R Viviani

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


INTRODUÇÃO: A bioluminescência é a emissão de luz fria visível a partir da oxidação de substrato conhecido por luciferina na presença de enzima conhecida por luciferase. Nos vagalumes, a bioluminesc~encia requer, além de uma luciferina benzotiazólica  uma luciferase e oxigênio, a presença dos cofatores ATP e magnésio,. É possível quantificar o número de bactérias em uma amostra de maneira rápida e eficaz utilizando métodos bioluminescentes. baseado na presença de ATP, em todas as células vivas. No ensaio tradicional, mistura-se a luciferase a D- luciferina de vagalumes, numa amostra de células lisadas onde o ATP é liberado. A intensidade de luz emitida é detectada em luminômetro, sendo proporcional a quantidade de ATP presente na amostra, que por sua vez é proporcional ao numero de células vivas presentes na amostra, que é. Dessa maneira, a possível determinar a biomassa microbiológica existente na amostra. O método de ATP-Bioluminescência é muito utilizado para teste de toxicidade, teste antibacteriano, antifúngico quantificação de bactérias em amostras humanas, como trato bucal e urinário, tendo sensibilidade já descrita em 1000 UFC/mL. OBJETIVOS: determinar a sensibilidade da luciferase recombinante do vagalume Amydetes vivianii, encontrado no campus de Sorocaba, na detecção de bactérias por método de bioluminescência. METODOLOGIA: Para a obtenção da curva padrão de UFC/mL x Densidade óptica em 600 nm(OD600), foram cultivadas células de E. coli XL1Blue  em meio LB acrescido de tetraciclina até a OD600 1,0. Realizou-se diluição seriada da cultura líquida até o título de 10-7 UFC e as amostras foram plaqueadas em LB agar com tetraciclina para contagem de UFC/mL. Para a obtenção da curva padrão de [ATP] x atividade bioluminescente, mediu-se a atividade luminescente em counts por segundo (cps) da luciferase de A. vivianii em ensaios com concentrações de 5 x 10-1 a 5 x 10-7 mM no luminômetro AB 2200 (ATTO). Para a obtenção da curva de Nº de bactérias x Atividade bioluminescente lisou-se amostras com numero de bactérias conhecido usando o detergente neutro, Triton X-100, e mediu-se as atividades luminescentes. RESULTADOS: A curva de Nº de bactérias x O.D.600 mostrou-se que uma O.D.(600nm) corresponde a ~ 1,0 x 108 bactérias/mL. Obteve-se então uma curva padrão de ATP x atividade luminescente da luciferase, mostrando um limite de detecção de até 10-14 mols de ATP, onde 10-14 mols/mL de ATP geram um sinal de ±10000 cps na presença de luciferase. Utilizando as duas curvas obtidas pode-se encontrar a concentração de ATP por UFC/mL, dessa forma o valor obtido foi de que cada UFC possui aprox. 10-18 mols/mL de ATP. Assim, a sensibilidade deste método permitiu detectar um número mínimo  de aproximadamente 10³ bactérias/mL. CONCLUSÃO: A luciferase de A. vivianii mostrou uma sensibilidade para detectar até aproximadamente 1000 bactérias/mL em amostras líquidas, mostrando uma sensibilidade equivalente ou superior aos kits comerciais. Esse método poderia ser utilizado para medir biomassa microbiológica em uma amostra de água contendo acima de 103 bactérias/mL. Assim, esta enzima se mostra promissora para o desenvolvimento de kits de detecção de ATP e biomassa altamente brilhante.


Palavras-chave


luciferase, ATP, contaminação microbiologica

Referências


AIKEN, Zoie A.; WILSON, Michael; PRATTEN, Jonathan. Evaluation of ATP

Bioluminescence Assays for Potential Use in a Hospital Setting. Infection Control and

Hospital Epidemiology, [s. l.], v. 32, ed. 5, 2011.

 

BALOUIRI, Mounyr; SADIKI, Moulay; IBNSOUDA, Saad Koraichi. Methods

forin vitroevaluating antimicrobial activity: A review. Journal of Pharmaceutical

Analysis, [s. l.], v. 6, p. 71-79, 2016.

 

CROWSON, R. A. A review of the classification of Cantharoidea (Coleoptera),

with the definition of two new families, Cneoglossidae and Omethidae. Rev. Univ.

Madrid, v. 21, p. 35–77, 1972.

 

HADDOCK, Steven HD; MOLINE, Mark A.; CASE, James  F. Bioluminescence in the sea. Annual review of marine science, v. 2, p. 443-493,

2009.

 

HASTINGS,J. W. Biological diversity, chemical mechanisms and evolutionary

origins of bioluminescent systems. J. Mol. Evol., Basingstoke, v. 19, p. 309–321, 1983.

 

HERRING, P. J. A classification of luminous organisms. In: HENRRING, P.

Bioluminescence in action. London: Academic Press, 1978. p. 461–476.

 

IVANCIC , Vesna et al. Rapid Antimicrobial Susceptibility Determination of

Uropathogens in Clinical Urine Specimens by Use of ATP

Bioluminescence. JOURNAL OF CLINICAL MICROBIOLOGY, [s. l.], v. 46, ed.

4, p. 1213-1219, 2008.

 

McELROY, W. D., DeLUCA, M. Chemistry of firefly bioluminescence. In:

HERRING, P. J. (Ed.). Bioluminescence in Action. New York: Academy Press, 1978.

p. 109–127.

 

SESHADRI, Satyanarayanan et al. Application of ATP bioluminescence

method to characterize performance of bioaerosol sampling devices. Aerosol Science,

New Jersey, ed. 40, p. 113-121, 3 out. 2008.

 

VIVIANI, V. R. The origin, diversity, and structure function relationships of

insect luciferases. CMLS, v. 59, p. 1833–1850, 2002.

 

WILSON, t.; HASTINGS, j. w. Bioluminescence. annu. rev. cell. dev. biol.,

v.14, p. 197-230, 1998.