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Introdução de troca por figuras como estratégia alternativa à comunicação junto à uma criança com encefalomalácia e transtorno do espectro autista no Atendimento Educacional Especializado
Gabriella de Oliveira Pratti, Gerusa Ferreira Lourenço

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


A partir da importância de se ter uma comunicação eficiente para o desempenho ocupacional, a literatura indica que crianças que possuem necessidades complexas envolvidas nessa habilidade sofrem com déficits nas áreas de desempenho e na participação social, como brincar e estudar, pois não compartilham do mesmo código falado para se expressar. A proposição de recursos de comunicação alternativa e ampliada se constitui como uma das estratégias de atuação da terapia ocupacional junto a essa população, sendo que, no contexto escolar, a parceria com os professores do Atendimento Educacional Especializado tem se mostrado um caminho importante para a implementação de tais recursos. Porém, o processo de introdução desses recursos tem se mostrado um desafio para os professores e para os profissionais envolvidos, o que suscita a necessidade de investigações nessa área, sob a qual o presente estudo se debruçou. Objetivo: investigar o processo de introdução de recursos pictográficos para comunicação alternativa junto a um aluno com necessidades complexas de comunicação na mediação de atividades propostas no contexto do atendimento educacional especializado. Metodologia: O aluno participante possui seis anos de idade, diagnóstico de encefalomalacia e Transtorno do Espectro Autista, e pontuação I no GMFCS, II no MACS e IV no CFCS, os quais descrevem leves comprometimentos motores funcionais, porém ampla necessidade de comunicação. Foram realizadas cinco sessões entre uma fase inicial de observação e a intervenção. Após as autorizações éticas necessárias, as atividades realizadas foram de pareamento entre as fichas pictográficas de comunicação confeccionadas a partir de fotos dos brinquedos personagens de músicas e de interesse da criança, de modo a ensinar o processo inicial de troca de figuras. Os dados foram coletados em instrumentos de diário de campo, filmagens e um protocolo específico para o estudo. As análises foram descritivas no acompanhamento do desempenho da criança a cada interação ao longo do tempo. Resultados: Apesar de um número reduzido de sessões, o participante se mostrou um candidato alvo para as estratégias propostas, ampliado sua intenção na busca pela figura e início da compreensão do mecanismo de interagir e pedir utilizando-se das figuras. Mostrou-se mais atento às instruções oferecidas, e apresentou avanço no desempenho de direcionar o olhar e buscar às fichas com maior independência no decorrer das brincadeiras. No entanto, os dados indicam que manter-se concentrado nas atividades oferecidas como sendo o maior desafio, o que poderia ter alcançado maior efetividade com a continuidade da intervenção, a qual foi suspensa diante do isolamento social devido à Pandemia por Covid-19. Conclusão: O estudo aponta que intervenções em comunicação alternativa no âmbito do atendimento educacional especializado podem trazer benefícios para a interação junto ao aluno com necessidades complexas de comunicação, uma vez que com poucas sessões foram identificados resultados positivos. Porém, a complexidade da introdução dos recursos requer um trabalho a longo prazo, a qual sofreu impactos pelo momento atual vivenciado. Considera-se que, apesar das alterações no plano inicial, o projeto atingiu a meta de contribuir com a produção de conhecimento sobre o tema na terapia ocupacional em parceria com a educação especial.


Palavras-chave


tecnologia assistiva, comunicação alternativa, inclusão escolar, terapia ocupacional