Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, XXVII CIC e XII CIDTI

Tamanho da fonte: 
A INFLUÊNCIA DA DOR LOMBAR CRÔNICA INESPECÍFICA NA POPULAÇÃO IDOSA RELACIONADO AO IMPACTO E A PRESENÇA DE ATITUDES E CRENÇAS
Maria Julia da Cruz Souza, Karina Gramani Gramani-Say, Mariane Marques de Campos

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


INTRODUÇÃO: A Dor Lombar Crônica Inespecífica (DLCI) possui uma prevalência de 25% na população idosa brasileira, sendo uma das dores musculoesqueléticas mais relatadas¹. Esta condição pode acarretar em impactos biopsicossociais, como diminuição da capacidade funcional e da qualidade de vida². Diante de tal realidade, torna-se necessário a investigação dos impactos gerados por meio da dor crônica a população idosa.

OBJETIVOS: Este estudo tem como objetivo descrever a percepção da dor e do impacto nas dimensões de Mobilidade, Qualidade do Sono, Atividades Gerais, Humor e Habilidades Sociais na vida de indivíduos idosos com DLCI da comunidade.

MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo experimental com abordagem qualitativa e quantitativa. Foram selecionados indivíduos com idade entre 60 e 75 anos que possuem DLCI por mais de seis meses. Foram critérios de exclusão: diagnóstico de Fibromialgia, Doença Inflamatória Ativa, fratura pregressa de coluna ou membros inferiores, neoplasias, praticantes de atividades desportivas regulares, tratamento fisioterapêutico nos últimos seis meses e intervenção cirúrgica para manejo da dor³. Para a coleta de dados, foram utilizados dois questionários: Inventário Breve de Dor4 e Inventário de Atitudes Frente à Dor5, no qual são capazes de avaliar a dor e o seu impacto, assim como a avaliação das crenças e atitudes relacionados à dor crônica (CEP: 3.848.759/2020).

RESULTADOS: Foram selecionados seis idosos com DLCI. Apresentou-se uma média de idade igual a 68,5 anos (±4,12), sendo que há uma prevalência do sexo masculino (66,67%). No Inventário Breve de Dor, notou-se que os indivíduos apresentaram uma alta intensidade de dor (8±1,03), assim como relataram alta interferência nas categorias de Atividades Gerais (7,5±2,32), Qualidade do Sono (7±4,15), Humor (7±3,39), Habilidade de Caminhar (8,5±1,94) e na realização do trabalho (8,5±3,82). Já nos domínios de Relacionamento (1,5±3,92) e na Habilidade de Apreciar a Vida (5±3,22), houve baixa interferência. No Inventário de Atitudes Frente à Dor, os indivíduos apresentaram uma baixa adaptação em relação aos domínios de Cura Médica (3±1,24), Controle (1,9±0,85), Incapacidade (2,33±0,55) e Medicação (3,5±1,54). Já em relação aos domínios de Solicitude (1,8±1,55), Emoção (2,38±1,1) e Dano Físico (0,9±0,56), os idosos apresentaram uma boa adaptação.

CONCLUSÕES: No estudo, os idosos com DLCI apresentaram uma alta intensidade e interferência da dor crônica, assim como identificou-se fatores não adaptativos em relação aos domínios de solicitude, emoção, cura, controle, incapacidade e medicação. Portanto, por apresentarem uma alta intensidade da dor atreladas às atitudes e crenças, verificou-se que estes apresentam crenças disfuncionais em relação à dor. Dessa forma, os resultados do estudo possibilitaram a identificação e análise da percepção e impacto à população idosa relacionados a DLCI e auxiliam no adequado planejamento para a assistência a esses indivíduos para o manejo da dor.

 

REFERÊNCIAS

¹LEOPOLDINO, A. A. O. et al. Prevalência de lombalgia na população idosa brasileira: revisão sistemática com metanálise. Rev. Bras. Reumatol., v. 56, n. 3, p. 258-269, 2016.

²SILVEIRA, A. I. P. et al. Correlação entre relato de dor lombar crônica, fatores psicossociais e capacidade física em idosos comunitários. Fisioterapia Brasil, v. 15, n. 4, p. 277-282, 2014.

 

³ROMERO-MUÑOZ, L. M. et al. Are modic changes in patients with chronic low back pain indicative of a worse clinical course? 10 years of follow-up. Rev Esp Cir y Traumatol, v. 62, n. 4, p. 274-281, 2018.

 

4FERREIRA, K. A. et al. Validation of brief pain inventory to Brazilian patients with pain. Supportive Care in Cancer, v. 19, n. 4, p. 505-511, 2011

 

5PIMENTA, C. A. M.; CRUZ, D. A. L. M. Crenças em dor crônica: validação do Inventário de Atitudes Frente à Dor para a língua portuguesa. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 40, n. 3, p. 365-373, 2006.

 

FINANCIAMENTO:

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq


Palavras-chave


envelhecimento, dor crônica

Referências


REFERÊNCIAS

¹LEOPOLDINO, A. A. O. et al. Prevalência de lombalgia na população idosa brasileira: revisão sistemática com metanálise. Rev. Bras. Reumatol., v. 56, n. 3, p. 258-269, 2016.

²SILVEIRA, A. I. P. et al. Correlação entre relato de dor lombar crônica, fatores psicossociais e capacidade física em idosos comunitários. Fisioterapia Brasil, v. 15, n. 4, p. 277-282, 2014.

 

³ROMERO-MUÑOZ, L. M. et al. Are modic changes in patients with chronic low back pain indicative of a worse clinical course? 10 years of follow-up. Rev Esp Cir y Traumatol, v. 62, n. 4, p. 274-281, 2018.

 

4FERREIRA, K. A. et al. Validation of brief pain inventory to Brazilian patients with pain. Supportive Care in Cancer, v. 19, n. 4, p. 505-511, 2011

 

5PIMENTA, C. A. M.; CRUZ, D. A. L. M. Crenças em dor crônica: validação do Inventário de Atitudes Frente à Dor para a língua portuguesa. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 40, n. 3, p. 365-373, 2006.