Última alteração: 2021-03-18
Resumo
Introdução
Diversos estudos da área de Psicologia do Desenvolvimento, desde os anos 1960, têm investigado a existência e o desenvolvimento de senso numérico em bebês, isto é, a capacidade de discriminar e comparar quantidades pequenas ainda nos primeiros meses de vida. Contribuindo para a sequência de pesquisas sobre senso numérico, Wynn [1] supôs não apenas que bebês conseguem discriminar quantidades, mas sabem também identificar operações simples de aritmética como soma e subtração. Com o advento da pandemia do novo coronavírus, a trajetória da presente iniciação científica teve que ser alterada, passando a dedicar-se somente à análise do controle atencional dos bebês que participaram do estudo-piloto inicial - que a princípio pretendia apenas refinar o procedimento para a coleta de dados da replicação do estudo de Wynn (1992).
Para compreender este controle atencional em bebês a partir da Análise do Comportamento, deve-se saber que a atenção está diretamente relacionada à percepção – capacidade de responder (ou não) a determinados estímulos ambientais [2] – e que atualmente há uma maior exposição de bebês a telas computadorizadas [3], variável que também precisa ser considerada, assim como os resultados obtidos em outras pesquisas que também investigavam as variáveis que controlam a atenção de bebês quando expostos a estímulos apresentados em telas digitais [4], [5].
Objetivo
Identificar e avaliar as variáveis relevantes no controle atencional de bebês pré-verbais quando expostos a estímulos visuais mostrados em uma tela de computador (laptop).
Método
Participantes: dois bebês, B1 (sexo feminino, com 7 meses) e B2 (sexo masculino, com 5 meses).
Ambiente experimental: Sala 4 do Serviço Escola do Departamento de Psicologia da UFSCar, que possui um espelho unidirecional (assim os pais poderiam ficar na sala ao lado avistando o bebê durante a sessão).
Equipamentos e materiais: Laptop, programas Powerpoint e OBS Studio, cadeirão de alimentação infantil e uma câmera filmadora com tripé.
Procedimento: O bebê era colocado no cadeirão, pela experimentadora, em frente à mesa com o notebook, na ausência dos pais, e a apresentação dos estímulos era iniciada. Os estímulos (círculos pretos para B1 e ursinhos coloridos para B2) foram apresentados em quatro condições, em ordens diferentes. A sessão de B1 teve 9min18s e a de B2 teve 9min27s.
Resultados
Tabela 1. Tempo total de duração do olhar, em segundos, para cada tela (T) das condições (C) de cada participante (B1 e B2).
Palavras-chave
Referências
[1] WYNN, Karen. Addition and subtraction by human infants. Nature, Arizona, v. 358, p. 749-750, aug. 1992.
[2] RICO, Viviane V. et al. Percepção e atenção. In: HÜBNER, M.M.; MOREIRA, M.B. (org). Temas Clássicos de Psicologia Sob a Ótica da Análise do Comportamento. 1a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2012. p. 42-54.
[3] CRISTIA, Alejandrina; SEIDL, Amanda. Parental reports on touch screen use in
early childhood. PLoS ONE, London, v. 10, n. 6, p. 1-20, jun. 2015.
[4] SHADDY, D.J.; COLOMBO, J. Developmental changes in infant attention to dynamic and static stimuli. Infancy, Lawrence, v. 5, n. 3, p. 355-365, 2004.
[5] WASS, Sam; PORAYSKA-POMSTA, Kaska; JOHNSON, Mark H. Training Attentional Control in Infancy. Current Biology, London, v. 21, n. 18, p. 1543-1547, sep. 2011.